terça-feira, 29 de março de 2016

II

se a voz fosse elipse e respiração, o silêncio na velocidade 
da próxima palavra,
o antro comungado de duplas pupilas, 

fosse elipse em diário hesitar da ascensão contra o teu céu: 
quando corpo que a escória emoldura e abisma / 
ágil de espinhos na vigília de qualquer desabamento 

no cume que perfura a lucidez do atraso,
hora que arde na eternidade, 
boca na língua, céu filhote de precipício ou a sina polida, 
pó daquilo muralha  preciso despir o verbal – 
de modo e agouro que rasgue a infância submersa ao sono, 
o olho escancarado à estirpe em cicatriz  preciso verbalizar o despido  
na caixa torácica que pela fome logrou um órgão vivo, 
nela que vivo a inabilidade em conduzir a palavra dita, 
vingar uno e inteiro edifício  preciso de lanternas – 

remendo-me no acaso, um filme, o monocromático aceno da posteridade  
e desosso o vazio furtado àquilo que adormece
/
o vazio na ruminação da ruína
/
o vazio no sonido que sobe aos ouvidos 

/
o vazio nas espinhas que são de onda quebrada 

enquanto simulo arfada e pulverizo a memória 
entre os dentes

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