terça-feira, 29 de março de 2016

fotograma de estirpe

o visto abrasado pela tua fissura inda me lembra a vigília sob o adoecer dos horizontes espantados; do que medeia entre o torpor genuíno das agonias contidas entre os sonos que separam os dias; a pálpebra é uma cratera adiantada ao ofício dos insones; durmo com elas partindo a regular percurso o embargo das árvores repartidas; e é um sono, um ardil de ancestralidades ditas que me reclama, que desentope as latitudes dos teus solos e lá abrigam a combustão contida dos astros; abraso-te pra que não fujas entre a divisão dos galhos, pra que sirva o atalho ao acúmulo de céu, mas falho: um ruído disperso sobrevoa tua fuga como se  um confronto selasse a escória do ontem; um lance dos exílios figurados em cicatrizes; tento em ti protelar o meu gonzo esquivada entre a elevação dos anos; há altura, há convulsões de papel, há um precipício em descida; falho: como te acomodar sob a evasão repentina do abrigo? selar-me ao infinito? imitar-me o espelho tecido com os cacos do teu barco obsessivo? o meu mapear transgride as três mil guerras do aéreo-dito como um número que sucede o baluarte dos vencidos; grito e o gritar me entope o dilúvio que vaza pelo chão; adio o que ternura convencer a sina colapsada com o atrito das mãos levadas aos olhos; uma respiração hesitada: tardar é um intervalo que amplio.

agosto/2015

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