domingo, 3 de abril de 2016

as horas serão sempre submersas

sempre horizontais: 
o tempo aberto em flor
ao ventre que blinda da luz e flui pele adentro 
como um parasita cego e sôfrego: 
perfura o engodo do nascimento já amorfo 
na diluição de si-invertebrado: 
o hálito que ressoa é o
deslize das órbitas pelo espelho horário 
que não um rastro de terra deixado sob os séculos: 
o mofo: o toque das pálpebras acendendo o precipício
no que revela passadouro: 
logro o impreterível na intenção de fixar o rosto 

*
as horas não sabem contar mentiras 
como as imagens que se esboçam na pupila 
mas adivinham a desordem de um pássaro 
enquanto comungam da banalidade

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