terça-feira, 6 de agosto de 2013

Desenredo Empoeirado

Obrigações rotineiras ornamentam
o carrossel de cores intransigíveis 
que reiteram meu andrógino centeio maquinando
o truculento fósforo andaluz, o lírio-lirismo
o simplório gargarejo manuseado
por maquinarias omnipresentes
contadores fosforescentes enquadram meus olhos
no ponto mais alto do viaduto dos pensamentos caóticos
estou cansada, estou cansada

Em algum lugar a vida corre
em crônicas mal acabadas e fitas destripadas
poli-osmose transcendental de objetos asneiros
vagueiam entre os vagalhões empoeirados
das minhas veias necróticas e
se erubescem na rosácea secular que floresce
entre os minuciosos alicerces do meu corpo

Caricaturas plásticas inviabilizam a romaria dourada
aprisionada superior aos reflexos permeados
em meio à devassidão do céu de Agosto graças à repressão 
do meu auto-sacrifício relembrado em versos sutis
onde miríades saltitavam à beira de solavancos desvencilhados 
e mares inertes

Mas passaram-se meses e 
a matérias pútrida nos orbes eternizados pelas cordilheiras fictícias 
desintegrou-se antes da última contemplação
terna e vívida dos ponteiros monótonos 
que observava no relógio de pulso (doentio?)
já agora não mais caminho rés do inventário antecedente à perdição

Roteiros envelhecidos de uma existência múltipla 
codificada em símbolos burlescos
eu retrocedo no devaneio quase que inadequado
para instantes públicos e a minha voz 
falha nos tons mais aparentes
eu retrocedo na poesia que assoberba meus pulmões de ar
entre as mansardas sombrias da minha mente e as estrelas
que balbuciavam clandestinos desatinos
eu retrocedo na conspiração em exasperar as 
entre-linhas do pretérito, do estardalhaço 
enalteço o retrocesso tardio 

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