segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Desassossego das Horas e outras Solidões

O véu do acorrentamento 
desnuda-se ao bel (des)prazer 
de duas guesas enquanto
sussurram clamores entorpecidos 
por nuvens de gás carbono e a imagem 
de impropérios descartáveis  & flores murchas
permanece a apagar si mesma pelas cortinas despretensiosas do tempo

Nos céus, a intervenção poética
invade o fim de tarde e
enverniza as línguas imortalizadas
em brasas com seus codinomes ininteligíveis
que acendem e assistem marcos triviais
na história de um dia de Agosto-fantasma —
era uma vez um forasteiro vagando
em meio às avenidas inexpressivas das metrópoles
abandonadas pelas circunstâncias entre os postes
desalumiados e os necrotérios da madrugada
O pássaro da ressurreição fantasmagórica
despenca do céu pós-vespertino e padece desnorteado

A revirada da transgressão
enraíza-se nas vestes sórdidas de sua indigência sagrada
a minha tênue criação regurgitada quando os faróis
iluminam-se por cerca de segundos e o resplendor atinge
os hemisférios mais profundos da minha exposição fingida
        exprimir
exprimo por meio de uma ressonância fúnebre
meu uivo solitário, meu uivo silencioso
que em fúteis aparências exclama entre os viés delicados a euforia
sucinta das dores insulares nos mundos
onde galgava sonolenta e sem ritmo
Febril como um tenaz navio naufragado
em mares taciturnos tic tac tic tac
tic tac tic tac
a clepsidra
ultraja os pseudo-prantos impróprios para o enredo 
de uma realidade palpitante, no entanto
Mercúrio ainda rege as jovens tripulações 
e dos ancoradouros partem às diluviais esferas herméticas


Despidos, rastros ocultos de um cosmo delirante
ressurgem em meio à rebelião das substâncias químicas
e envenenam-se pela inquietação das brisas veranenses
quando o orbe angelical desaparece por trás
das nuvens intoxicadas 

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