Pergunto-lhe,
Mais uma vez, vasta branquidão que rodeia-me despercebida
Quantas horas restarão até o instante pertencente à tempo algum?
Quero a loucura dos cegos andarilhos bêbados
E a lentidão dos velhos resguardados em suas casas
Quero a inquietude das ondas que quebram nas rochas
E o voo do pássaro adormecido que confunde-se com um azul qualquer
Quero o autismo sucinto que coexiste oculto nas interações
E a pressa dos urbanóides nascidos do ventre pútrido
Quero sobretudo a essência de todos intérpretes do espetáculo
Transfigurada em mim e à espera da mais ilustre ressalva
E quero mesmo a melancolia, alicerçada entre os parênteses das pulsações cardíacas
E a obsessão das almas que morrem saciadas por idealizarem o inatingível
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