sábado, 18 de maio de 2013

Da Asfixia

É livre
Curta e transcendental  compõe-se de encontro aos meus pulsos cansados
Lençóis de vastos navios de cristal naufragados,
Derrama-os a esperança que perdera-se em um dos membros
A bombear o alvo sangue celestial
E, em vagalhões, tornara-se minha essência  

Já sentira todos os pormenores da arte esquecida 
E as direções duvidosas do refúgio místico 
Sentira o esplêndido vazio a explodir exatidão
Sentido multiforme e interseptal de um monólogo ilusório  
Pulsando entre as linhas furta-cores 
E os lampejos inusitados de repleção esvaziada 

Teores bravios evaporados na atmosfera errante, sim 
Pois se há poesia, obrigo-me a avacuar a resistência 
Não, não há o ultimato dito
Nem integração em qualquer retrógrado amanhã
Vive-se o instante pacífico e a imperfeição
Que em mim sinto incendiar 

Meus aberrantes pulmões são meras palavras
Arfo repetidas vezes e me canso  Ó, asmática poesia! 
Não posso suportar os segundos de eterna euforia
Quando a náusea erudita consome todos meus pensamentos 
E a bendita ausência destes que ainda se tornarão ideia
Não posso suportar a sublime osmose que ostenta inquietação
Quando nem mesmo o brado monumental manifesta-se silente

Este, que simplório e pleno sucede-me o choro, tornou-se o grito mais belo de minh'alma.

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