segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

mercúrio

a correnteza sobe entre pisadas férteis: tivesse um raio dito promessa entranhado à garganta como batimentos rasgados pela elevação do céu ao sono, o corpo em estado de fotografia, a quina, aquilo já disperso pelo intervalo entre lançar-se divago e o pouso; um pretexto ao credo então submisso à falência dos frutos; volvido ao finito, areia, dinamitado; tivesse a captura dos maços, um resvalo alheio à vastidão dos polos distendendo-me em fissuras, pela voz, a falha do alicerce, enfim, suprir a desordem pelo hábito de se ater ao espanto, ao canto que margina falso a blindagem do deserto; areia, areia, tivesse na teia dos pensamentos fulminados (poeira!) a proteção dos roupantes rotos que vertem o porvir; sobe a concretude da pisada em índices remotos pelo em mim; é em mim que localizo a plataforma, o nervo pulsado em imagens que quebram pela memória, aérea, memória pulsando translúcida como movimentos encerrados diante de todos os espelhos; o em mim é translação; partida que sucede a monotonia das idas, as manhãs repercutem artérias implodidas, o abrigo é pousar inda em vida; tivesse eu, ele, o pouso, o comprimento exato para moldar-te terreno na veia roída pela inércia das horas; nas horas que se dispersam, aniquila-se o pensar como suporte da fala; pela tessitura em vão, escapa, umidifica-enxuta-chuva-solidão; tivesse a loucura dos muros que marejam a conveniência dos gestos; é alheia a inquietude contida à lassidão das rajadas; as manhãs redemoinham estradas: tivesse o crivo, a veia, o perpétuo se além-poeira arrancasse o torpor ao incêndio nos olhos; areia,  areia, desordem aérea, mercúrio ao avesso de mim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Páginas

Seguidores