quando lei teus textos me vem o sebastianismo por motivos mais proximos, de camoes à pessoa, e no seu sentido (e imagem) mais profundo: na névoa, na neblina... a literatura portuguesa (e a nossa?) é rica e sofre de neblina e espuma do mar, que às vezes se parecem... porque os olhos de ressaca em capitu a partir do casmurro, talvez esperassem a volta dos que jamais virão... como Dom Sebastião para conciliar o espirito portugues perdido no mar entre nevoeiros... as odisseias agora são instáveis, devem ser porque somos domesticados pela excesso de relatividade, após o máximo de duvida que existe nos mitos que sabemos que não hão de retornar... será que podemos viajar com estes mitos fragmentados, com rotas quebradas e descobrir ironicamente que nem precisavamos partir?
"sobem navios enrugados em cada filamento que abre" (luiza duarte)
de igual modo o personagem orestes que trabalha em um circo no filme paisagem da neblina de theo angelopoulos diz para duas crianças (que tentam resgatar a grecia perdida, aquele sobre mitos aos pedaços): " se eu gritasse agora, quem me ouviria deste exército de anjos?
Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro... (fernando pessoa, mensagem)
quando lei teus textos me vem o sebastianismo por motivos mais proximos, de camoes à pessoa, e no seu sentido (e imagem) mais profundo: na névoa, na neblina... a literatura portuguesa (e a nossa?) é rica e sofre de neblina e espuma do mar, que às vezes se parecem... porque os olhos de ressaca em capitu a partir do casmurro, talvez esperassem a volta dos que jamais virão... como Dom Sebastião para conciliar o espirito portugues perdido no mar entre nevoeiros... as odisseias agora são instáveis, devem ser porque somos domesticados pela excesso de relatividade, após o máximo de duvida que existe nos mitos que sabemos que não hão de retornar... será que podemos viajar com estes mitos fragmentados, com rotas quebradas e descobrir ironicamente que nem precisavamos partir?
ResponderExcluir"sobem navios enrugados em cada filamento que abre" (luiza duarte)
de igual modo o personagem orestes que trabalha em um circo no filme paisagem da neblina de theo angelopoulos diz para duas crianças (que tentam resgatar a grecia perdida, aquele sobre mitos aos pedaços): " se eu gritasse agora, quem me ouviria deste exército de anjos?
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro... (fernando pessoa, mensagem)
um abraço