sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Detrás de um vulto

do lado que predomina, no laço-partido, degustar mísero relâmpago que me parte, te parte, parte a hora, substancia o convívio, vagueio a câmara blindada, coesão arcaica, caiados os rios, peregrina de mim, logo firmo estrutura em terra inda cativa ao submundo, intento o ritmo improvável no deglutir do ventre, logro, intento que eu me reparta antes que a chuva inunde o quarto, farol-apagado, no espelho, quebrado em quatro tiras, projetados, os reflexos fugidios, hão (mais tarde, se enevoam em desvão). do lado que se desgasta, na língua refutada, na condecorada cisma em consolidar o dito, no teu vício às sombras do que fraqueja, paraliso para que eu recorde, teus olhos como um espectro entre retratos vagos, entre velas renegadas, cartas contrariadas, dispensei a resistência, pretendi a tua maquinaria mesmo após-tardio-alento, ainda que tão crônico fosse colapso ao se estancar dividendos, ardiam os membros, padeciam, incorporavam coágulos abatidos, na lágrima. do lado que desfalece, no clive superficial dos dedos, alados por não refugar constelações, nas linhas irregulares delineadas detrás da porta, alados por abdicar as asas que mais pesam que todos os teus montes, escadas intercaladas em órbita, onde se sustêm teus azuis, onde se escondem nossos víveres, implodo cada tilintar, alarmam em dano, no remediar, se evocam aberturas, nada mais é em vão ou insana regressão, me refugio na vacância do teu corpo, memória. 

Um comentário:

  1. longos períodos precisam de longa digressão que não pode ser interrompida sem a devida consequência, então os dias vividos, que precederam a escrita, também precisam adotar esta mesma dinamica... não basta apenas pensar, é preciso manter; não basta apenas manter, é preciso também deixar ali os elementos da ruptura senão corremos o risco de acreditar nas coisas somente pela direita e duvidar de tudo pela esquerda... imagino se pudéssemos tirar todos estes elementos sintaticos e gramaticais para deixar a escrita em puro fluxo, como gostaria joyce (stream of conciousness) mas que se torna impraticavel do ponto de vista da apreciação, então pouco importaria fazer sentido. mas e, agora, que pretendemos ter e fazer sentido, há diferenças? a verdade é que a nossa insignificancia brilha.

    um abraço

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