Não, não absorverei qualquer efeito destes raios
superficiais em meu rosto
A palidez de um corpúsculo em metamorfose sufocado
pelos membros impiedosos
Acresce sua matiz alastrando-se numa frequência sem
tempo
O sol que em nos arde e se alimenta de nossos sonhos desaparece por detrás das nuvens como um pássaro atordoado
Não mais hão palavras a serem proferidas
Meu verso antiderrapante circunda vossas têmporas
caducas e despenca pelos telhados do esquecimento
Aboli todas as conclusões, invoquei os espíritos da
minha infância tardia
Nada mais repreenderá minha ida breve aos bulevares
da eternidade
Permitam que eu possa entregar o seio faminto da
taciturna e inespacial solidão dos dias
Ao espectro forasteiro que, como num grito, põe em brasas nossas existências
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