terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cinza

I
Escrita
transcrita na folha vermelha
na alvorada que renasce
cutículas fusiformes cores fusiformes cores cores 
embriaguei-me ao luar transluzente das 00:00

II 
Etanol 
transfigurado em técnicas populares 
andando de pés descalços pelas calçadas da cidade 
tombando nas águas verde-oliva do mar vespertino 
escrúpulos do pensamento 
ardente dos sonâmbulos psico-histéricos, dos anjos armênicos, das miríades de 
sinalizações distorcidas 
Ó, mundo real, se fosses escarlate te cegarias com teu próprio sangue! 
Ó, exaltação desordeira, quem sou eu? eu que sendo sem que me convenha ser jamais saberia dizer se sou jovem ou
se meu retrato reminiscente envelhecera antes de mim

III
Sei que a atmosfera cinza que me envolta
pós-dias-de-rebuliço e autopsia estonteante
preenche meus pulmões, meus pulmões envelhecidos,
meus pulmões cadavéricos, a sintetizar
o ofício de quaisquer hemoglobina
meus pulmões-cortisol embriagados de saudade  

IV
Paradisíaco cervo mecânico
ou infernal luar arcaico
embriaguem-me
sem que em sã consciência
volte a contemplar tuas formas 

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