I
Escrita
transcrita
na folha vermelha
na alvorada que renasce
cutículas
fusiformes cores fusiformes cores cores
embriaguei-me
ao luar transluzente das 00:00
II
Etanol
transfigurado
em técnicas populares
andando de
pés descalços pelas calçadas da cidade
tombando nas
águas verde-oliva do mar vespertino
escrúpulos do pensamento
ardente dos
sonâmbulos psico-histéricos, dos anjos armênicos, das miríades de
sinalizações
distorcidas
Ó, mundo
real, se fosses escarlate te cegarias com teu próprio sangue!
Ó, exaltação
desordeira, quem sou eu? eu que sendo — sem que me
convenha ser — jamais saberia dizer se sou jovem
ou
se meu retrato reminiscente
envelhecera antes de mim
III
Sei que a atmosfera cinza que me
envolta
pós-dias-de-rebuliço e autopsia estonteante
preenche meus pulmões, meus pulmões
envelhecidos,
meus pulmões cadavéricos, a
sintetizar
o ofício de quaisquer hemoglobina
meus pulmões-cortisol embriagados de
saudade
IV
Paradisíaco cervo mecânico
ou infernal luar arcaico
embriaguem-me
sem que em sã consciência
volte a contemplar tuas formas
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