domingo, 28 de abril de 2013

II - Da série "intermitências do senso comum ou como não escrever": Versos perdidos em papéis ou Anônima Existência

i. 
Minha alma é 
a sombra da eternidade
suspensa ao 
descompasso 
de memórias 
Cardiograma 
que pulsa
sob painéis de rosas 
murchas brotadas 
do ventre 
do mundo

ii. 
Existo?
Sabe lá quem 
garante-me 
a existência 
de tudo 
que vejo (eu vejo o abismo), 
sinto (eu sinto em partículas), 
toco (eu toco com a pulsação) 
e penso (eu penso demasiado)
Contesto-me 
com a desgastante 
sensação de 
inalterabilidade 
da consciência
E permaneço 
a desabotoar 
o afamado martírio 
do pensamento 
que jamais adormece.

iii. 
Sim, sim 
até mesmo os astros 
confundiriam-me
com a chuva
que desaba
anuncia
cortejo de sacrifício
pelo meu choro

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