Apesar das luas suicidas em seus aposentos
Cercadas por máquinas desgastadas
Apesar dos pulsos dominados pela febre cotidiana
E, entre espasmos,
Os sustos recusados pelos olhos tangíveis do mínimo de complacência
Junto ao fado enquadrado em fotografias
Para que vivam as convulsões da Liberdade e do Amor
Até o crucial mais inusitado instante de retenção
Sobretudo os triunfais e alvos anseios pretendidos, ó manhã eterna!
Se não os meus olhos
Que enxergam o lodo e a decapitação de séculos
Fantasiados de esplendor
[desconfigurados detalhes pisoteados
Quando nem sequer imaginávamos o declínio vital]
E mais nada, gloriosamente o "nada" além de
Filhos de rosas artificiais e
Filhos apesar de meros corpos criados
A partir do resquício de um retrato desbotado
E membros do excesso o qual transpira o subversivo
Apesar das partes do oceano inverso cujo a
Profunda auto-suficiência implora por
Um iluminado sono de fim de estação
Apesar da Glória, apesar dos princípios os quais jamais profiro,
Eu vejo a existência efetiva de
Almas devorados pela conveniência
Pelos surdos gritos de ódio ilimitado
E não esquecerei-me dos contingentes apesares
Por serem estes os quais palpitam em meus lábios translúcidos
Até encontrarem o embalo vinte e duas horas atrasado
Para a autêntica apreciação do Nada
Estes, ascendentes das inquietas noções, progrediram tarde demais
E apesar do Nada
Em sua inexorável e irreal observação
Replicar magnificamente sua ausência em sentidos
Eu afirmo-lhe o Clamor poético.
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