quarta-feira, 10 de outubro de 2012

              Como difamar os risos que são lidos a cada manhã, a cada interpretação que unanimiza o vulgar? Os poemas que há muito foram escritos reservaram nossa ingenuidade para o desfecho onde éramos então, exorbitados pela poesia. Até o momento em que os meses foram ultrapassados pelas andanças e as luzes de Quarta. Avisei-o certa vez que jamais seria lastimada as dores entre nossas entre-linhas marcadas a canetas hierográficas cor de petúnia e é como nunca soubéssemos que das páginas restariam somente o fardo, a irresolução, a anti-cultura e os versos babélicos. Mas não teríamos exaltados o incompreendido ao ainda não decodificado em estrutura verbal, se é que um dia o timbre de nossas vozes exclamou-se de fato. 
               Para o que há muito fora cessado (aquilo que embora torna-se irrestrito no acervo de memórias desinterligadas que nunca foram vividas) o mundo compensa-nos em rosas. Qual é, aliás, o conceito de tudo que jamais foi dito? Daquilo que deixa o pouco de nossos transbordamentos diários serem descritos como insanos, sendo que jamais fomos expostos ao real. 
            É a dupla-troca de visões em meio ao tumulto dos vultos que torna a desastre em foco. Fomos imensamente desastrados, distraídos, desconectados do impasse, do sistema. Não nos deram trégua ao tempo. Não nos deram a invitação ao progresso desfeito. Não nos deram palavra, abrigo, chuva e noites de floreio. Não nos deram sequer um nome. Por que persistir na espera de horários ainda insuficientes ao suficiente?

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