domingo, 18 de agosto de 2013

Figurantes & Estrelários

A pálpebra industrializada se fecha diante das caravelas cegas
calafrios reverberados como numa contração de parto
dedos alados dissociando miríades de sensações
entalhes aclamados em referência ao espetáculo circense
faces envernizadas tangenciando arquétipos 
gaudérios titubeando fados num dominó fulgurante
ondas correndo do mar em direção aos elevados congestionados
páginas alvoroçadas beijando os alvos dorsos das nuvens


                              Estagna-se: o cenário sucumbiu, algozes vigilantes da realidade supersônica 
                                          às convulsões que sucedem ante ao tempo, retorno 
                                      epilepsia eclode fulgores rasteiros de emancipação
                                   deforma a ternura maltrapilha de dois olhos: 
                               ao meio partem os segundos pardos no escuro incandescente
                           flamas esverdeadas, eu contemplo as barreiras metálicas 
                        respirando a fumaça tóxica característica de trens solares
                 que se esbaldam ao entreter-se com clarins e espirais
             e findam no vazio depositado em versos 

Ciência baseada no olhar pacífico dos passadistas roucos
que salteiam pelas superfícies consagradas
onde há tiroteio ressentido em toda alvorada
o olhar engloba o mundo em fragmentos
e especifica malfeitos eternos e enaltecidos por desvario errante
alicerce pré-erguido nos ossos da mão anestesiada: transcender
monumental paisagem de céu prateado que beira ao caos e
enquadra pretéritos 
                                                                                             Destruo as raízes num gaguejo ingênuo
                                                                                                      luminescência ao fulgor intrínseco 
palpita os acessórios lúdicos 
em montes de nebulosas  
inconstantes precipitações 
desaguam na rua dos delfins miraculosos 
veículos em contrapartida arranham os tecidos nervosos das estrelas 
artilharia de concreto incendeia quando em contato 
com as saciadas palavras dos que partem
o pouso da mariposa — tempo! tempo! tempo! tempo que chora 
escrevo e em vão vocifero: a sobriedade jaz alienada na razão

Por não querer clamar — clamando—  rebento soberbos na vidraça quebrada
Por não querer partir — partindo — supremacia marginal nos gêneros-nódoas 
certifico as encruzilhadas das estátuas-vivas  
bordo e desdobro o papel de parede
coberto por lodo & partículas incolores
e me apetece os estirpes
enquanto minha articulação literária arde em fogo 
pois, passiva, a paisagem hermética

jamais me cegará

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