(É santuário sagrado a consagração do Resplendor despido e,
Em curvas proféticas, surge do abismo o lodo poético)
Ah,
que de mim propaga-se a confusão de uma certa incerteza
Enquanto as horas são diluídas
pelo barulho que ecoa na ponta de nervos violentados
Causarás dor mais uma vez,
ó louvada hipocrisia, ó surrada energia
Ainda hão suas várzeas enfermas
descansando sob o tapete
Fósforo perfumado, riscos da gigante nascente
Encontram a pele que torna-se
herdeira do sol da madrugada
Louco contágio,
que se esqueçam de esquecer da esperança de uma noite
Quiçá explodo torrencialmente
antes do mais próximo dilúvio
Antes que a chuva arqueie miúda
em seu in-trans-ponível e contemplado suicídio
A chuva desistiu do céu: a chuva desistiu de nós
E houve um instante
de quase inestimável letargia
Quando do mais foi preferível
arrancar o órgão deformado
em meio aos ossos cristalinos que tanto fraquejam
Tanto fraquejam ao transbordar
chuva desértica delineando descortesias
pelas pupilas
(Fadados ao mísero cento de liberdade
que de tão pouca brotara de veias ocas o exagero
do exagero do exagero do exagero do exagero do)
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