Então, deixando os olhos deslizarem
imperceptivelmente pela poça e descansarem na ondulante linha entre o céu
e o mar, nos troncos das árvores que a fumaça dos navios a vapor fazia tremerem
acima do horizonte, ficou hipnotizada por todo esse poder que se contraia
selvagem e inevitavelmente se alastrava. E os dois sentidos, de amplidão e de
insignificância, florescendo dentro da poça (que diminuíra outra vez),
faziam-na sentir com as mãos e os pés amarrados e incapaz de se mover devido à
intensidade de sentimentos que reduziam seu próprio corpo, sua própria
vida e as vidas de todas as pessoas do mundo, para sempre, ao nada.
Virginia Woolf em Rumo ao farol
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