Eu prefiro que os dias
juntos aos quilômetros rodados
pela estrada da vida passem
enquanto o mundo atrás de nós
continue se tornando
memórias guardadas em bancos de areia
e poemas sobre anjos
e
almas
cantantes,
almas
gritantes
Como crianças,
corríamos contra o tempo,
com a consciência tola
de que a eternidade
seria uma dádiva entregue
em nossas mãos.
Como profetas profanos,
escondendo o atraso,
rejeitando as normas
que os deuses maltrapilhos
ditavam
às
6
da manhã.
Cruzando a linha
que nos levava até
o centro de Saturno
entre corrimãos buliçosos
e
atmosferas violetas
despertando o espírito
da mais solitária baleia do mundo
habitando
as águas gélidas
de algum oceano da Terra
O desespero: as nuvens no céu:
a janela fechada: os apertos
de mãos frias:
o assobio de amor
Assim,
intríseco
um silêncio
em fragmentos
entrelaçando o sangue
que pulsa em minha
veia azul
Assim,
eu subo os montes esvoaçantes
e
retorno à
terra firme.
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