tag:blogger.com,1999:blog-3078867288623672561.post7580309111768052822..comments2023-10-23T12:12:55.917-03:00Comments on Apoética-e-o-gris: Partícipe sem codinomeLuiza Duartehttp://www.blogger.com/profile/13421803306569719771noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-3078867288623672561.post-82388143861967713142014-11-29T02:36:01.876-03:002014-11-29T02:36:01.876-03:00Também sempre imaginei que as palavras mais notáve...Também sempre imaginei que as palavras mais notáveis sugerissem um significado além-concebido, como se de alguma parte fluxo adentro reincidisse aquilo puramente legítimo ou, talvez, sequer definido, dado vaga impressão de ser cativado. Abraços! Luiza Duartehttps://www.blogger.com/profile/13421803306569719771noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3078867288623672561.post-85193932612229647992014-10-26T12:26:27.485-03:002014-10-26T12:26:27.485-03:00o meu dia é deserto
quando as horas esvaídas em ce...o meu dia é deserto<br />quando as horas esvaídas em cessões de urdos não-ritmados<br />quando a ausência se entrelaça ao corpo esguio do próprio excessivo silêncio<br />que propagado, em sua essência, ainda permite a absorção <br />[...]<br />o meu dia é inanição [...] que urde em espelhos na pele; no mar, de relance, dilúvios adiados<br /><br />é dificil entender como em nós as coisas se entremeiam, se entrelaçam, tramam, não apenas nos versos, em estágio final, mas nas proto-ideias que tem que ser vislumbradas com alguma sobreposição de imagens poeticas e, dentro de seus fluxos, suas velocidades, as dinamicas com que interagem entre si... certas palavras aparecem mais que outras em cada poema, pq talvez estejam naquela definicao linear de inconsciente e supraconsciente, que no final das contas nao dizem muita coisa porque sao vagas demais, e se fossem muito precisas, seriam vagas de menos...<br /><br />urdir é uma palavra maravilhosa, porque em latim seus troncos principais sao (ordĭor, ordīris, orsus sum, ordīri) donde derivaram tantas outras palavras que basicamente significam <br /><br />1 tecer (maquinar), tramar<br />2 começar, iniciar<br />3 começar a falar de<br /><br />urdir é também maquinar, criar intrigas, como aristocracia e burguesia eram frequentes antes mesmo do estabelecimento da era moderna, com seus teares mecanicos - lá nos artesaos e mercadores, a conotaçao premeditada... na versao italiana do Principe de Machiavel veremos lá muitas vezes a palavra ordire, no sentido de maquinaçao... na grécia o termo se alterna entre μηχανώμαι (mi̱chanó̱mai, maquinar) e αρχή (archí, começar) que também encontra ressonancia nas linguas latinas, nas Bacantes de Eurípedes também encontramos esse termo δύλιον μηχανωμαι, no sentido de corrupçao, e intrigas...<br /><br /><br />contudo há também o sentido de tessitura, de construçao como em Petrarca...<br /><br />Anima bella, da quel nodo sciolta<br />Che piú bel mai non seppe ordir Natura,<br />Pon dal ciel mente alla mia vita oscura,<br />Da si lieti pensieri a pianger volta.<br />[...]<br />Alma bela, solta daquele nó / <br />Que nunca mais belo a Natureza soube urdir, / <br />Lança do Céu uma lembrança à minha vida obscura, / <br />De tão alegres pensamentos volta às lamentações.<br /><br />ou em Walt Whitman... <br /><br />WEAVE in! weave in, my hardy life!<br />Weave yet a soldier strong and full, for great campaigns to come;<br />Weave in red blood! weave sinews in, like ropes! the senses, sight<br />weave in!<br />Weave lasting sure! weave day and night the weft, the warp, incessant<br />weave! tire not!<br />(We know not what the use, O life! nor know the aim, the end--nor<br />really aught we know;<br />But know the work, the need goes on, and shall go on--the death-<br />envelop'd march of peace as well as war goes on;)<br />For great campaigns of peace the same, the wiry threads to weave;<br />We know not why or what, yet weave, forever weave. <br /><br />um abraço<br />ramonlvdiazhttps://www.blogger.com/profile/05891813151601932341noreply@blogger.com